quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Minhas Memórias

Memórias

Minhas lembranças em relação ao meu contato com as letras, ao gosto pela leitura, desenvolvimento da escrita, antecedem ao período escolar...
Tais lembranças acontecem no mesmo sítio onde ainda vivo, nas brincadeiras com minha tia que era professora, que incluía textos, atividades, e a avaliações que tentavam detectar o que já sabíamos; nas aulas da minha mãe que desde muito cedo começou a minha alfabetização e a de meu irmão. Ela também sonhava ser professora, mas não havia conseguido... Uma mãe excelente que em meio a muito carinho, bolinhos de chuva, desenho de cara feliz na manteiga do nosso pão, também designava e reservava momentos dentro da nossa rotina em casa, nos quais ensinava, nos fazia escrever, pegava na nossa mão em exercícios que ela propunha de coordenação motora, e com muito carinho, paciência e felicidade por cada passo nos conduzia ao mundo letrado.
Meu pai então, aos finais de semana lia muito para gente, comprava livros, papéis, almanaques, colecionávamos figurinhas, falava sobre o mundo, os acontecimentos, a história da Humanidade e da religião. Um homem simples, modesto, mas muito culto. Ainda me lembro dele nos acordar de madrugada para ver a chegada do Papa no Brasil, para assistir o casamento da Princesa Diana.
E na casa dos meus avós, o que mais me fascinava, a biblioteca que meu avô havia montado, dizia ser para os netos, ainda me lembro de uma coleção de enciclopédias, cheia de mitos e lendas da Grécia, que eu devorava quando já sabia ler, e já estava no mundo escolar.
Ao meu pai entreguei a primeira palavra com sentido que escrevi papepel (papel), em uma listinha de coisas que eu escrevia para que ele trouxesse então essa foi a primeira palavra com sentido.
E foi assim, antes da minha entrada na vida escolar, meus pais foram fundamentais, e continuaram sendo meu apoio e estrutura durante todos os anos de estudante, e ainda são aqueles que me fornecem o apoio necessário para que eu posso sair sossegada para prosseguir meus estudos.
Quanto a minha vida escolar posso dizer que foi comum, sem grandes acontecimentos ou traumas. Algumas lembranças me são sempre presentes, da professora que me fez apagar as atividades da cartilha toda, porque eu tinha que fazer junto com outros, da outra que jogou um trabalho de artes que passei a noite fazendo no lixo, e que ainda fez piadas quando descobriu que eu gostaria de ser professora... Mas há também as doces lembranças da professora que me motivou a ganhar um concurso de redação, e de outra também que me ofereceu um repertório imenso de leitura, e me incentivou muito a escrever, que me abraçou e ficou muito feliz quando descobriu o caminho profissional que eu havia escolhido, pois esta dizia que tinha certeza que meu caminho seria a educação.
São essas memórias que me constituem enquanto pessoa, educadora, muito realista em relação aos aspectos que vivenciamos nos aspectos humanos e educacionais, mas também sonhadora nos mesmos itens, idealizando um futuro no qual a expressão oral e escrita seja instrumento de compreensão, libertação e crescimento de todos, trazendo a todos oportunidades iguais.

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